quinta-feira, 10 de abril de 2025

D. Izaura e sua gente – Leilah na Galvão Bueno

Cara leitora ou prezado leitor:

Esta é a terceira crônica da série, precedida da “D. Izaura e sua gente – Introdução” e da “D. Izaura e sua gente – A casa e os moradores”.

É provável que os leitores estejam curiosos sobre a aparência de D. Izaura. Fotos nos tempos antigos, muito diferentemente do que temos hoje (fotos coloridas tomadas por celulares em qualquer encontro de pessoas) eram raras e resultavam em retratos sérios, em branco e preto, em que as pessoas raramente sorriam. Apresentarei, ao  longo das crônicas, fotos ilustrativas com essas características. Para começar, uma foto de D. Izaura, já idosa, à vontade, em casa.


No final da segunda crônica, anunciei:

“Na próxima crônica, minha esposa vai contar o que sabe de D. Izaura e sua gente em período anterior à minha entrada em cena. Os pais dela, quando se casaram,  também moraram na Galvão Bueno e lá permaneceram mais alguns anos depois que ela nasceu. Ou seja, Leilah também foi moradora da casa da Galvão Bueno.”

Portanto, com a palavra, a Leilah:

“Washington me pediu para que eu contasse a estória de antes da chegada dele à casa da Galvão Bueno. Traduzindo, significa contar o início da minha vida, pois nasci em um dos quartos do casarão, tão importante neste relato.

Meus pais, Francisco e Apparecida, se casaram quando meu pai tinha 26 anos e minha mãe, 19 incompletos.  Conheceram-se nos bailinhos em clubes frequentados pela mocidade daquele tempo. Minha mãe ia com as irmãs e primas e meu pai com seus irmãos. Papai trabalhava na fábrica de moveis escolares do meu avô, fabrica esta fundada em 1912 e muito conceituada no mercado. Ele não era rico mas mamãe comentava, com orgulho que, quando ainda era noiva, o via passar no automóvel do meu avô indo para o trabalho. Noivaram, porém tiveram tempos difíceis porque a madrasta do meu pai, Dona Catarina, italiana muito rígida, era contra um casamento fora da colônia. Meu avô se casara com ela após ficar viúvo durante a gripe espanhola em 1918 (e tinha de criar seis filhos).

Mamãe aceitava o fato, talvez com resignação, mas vó Izaura foi à casa dos Mellone discutir o assunto. Infelizmente, não foi bem-sucedida, não conseguiu persuadir D. Catarina a aceitar o casamento.

Apesar dos percalços, o casamento foi marcado para 8 de fevereiro de 1932. Mamãe acabara de concluir o curso de professora de piano no famoso Conservatório Musical de São Paulo e se preparava para a nova vida. O plano do casal era alugar uma casa para morar, mas teve de ser modificado por um acidente: um incêndio prejudicou profundamente a fábrica de móveis do meu avô (onde meu pai trabalhava). Até os móveis que papai estava fabricando para sua nova casa se foram.

Jovens e otimistas, os noivos não quiseram adiar o casamento e, com o apoio de D. Izaura e Seu Juca, mantiveram a data. O casamento aconteceu festivamente, com amigos e familiares, mas com a ausência da família do meu pai. Somente o tio Donato, irmão caçula do meu avô, compareceu; e foi padrinho da cerimônia...

 

Francisco e Apparecida

Após uma curta viagem de lua de mel ao Rio de Janeiro, os recém-casados se instalaram em um dos quartos do casarão. Certamente, minha avó Izaura e sua mãe, minha bisavó Ritinha (que também morava lá), deram o maior suporte, até papai se equilibrar financeiramente. Isto fez com que eu nascesse no casarão, assistida por uma parteira, e ficasse por cinco anos naquele ambiente  familiar descrito pelo Washington.

Vale a pena resumir quem morava lá nesta ocasião: meus avós, todos seus filhos, dos quais somente Tia Yolanda e minha mãe eram casadas. As crianças da casa éramos eu e o Sergio (filho de Tia Yolanda e Tio Lauro), dois anos mais velho do que eu. Neto mais velho, garoto mimado, adorado pelos tios, era meu primo e irmão.”


Leilah deixou a Galvão Bueno aos cinco anos, de forma que ela veio a obter as informações da família ao longo dos anos, à medida que as histórias lhe eram contadas. Pôde, também, observar as pessoas e acontecimentos nas visitas à casa dos avós. Devolvo a palavra a ela:

“Dona Ritinha, mãe da Vó Izaura, morava com eles. Não cheguei a conhecê-la, mas aqueles que conviveram com ela diziam que era uma pessoa muito calma e bondosa e, já idosa, não tinha o comando da casa. Tinha uma neta predileta que dormia com ela. Era muito querida de todos da família que a conheceram.

Vó Izaura tinha  três irmãos, Eduardo, Henrique e Milton, e duas irmãs, Alice e Luiza. Agregadora e irmã mais velha, liderava. Os irmãos Eduardo e Milton (o caçula) se casaram e, em situações pessoais difíceis, os casais se valeram de sua hospedagem.

Eduardo morreu cedo e deixou a esposa, Sofia, e uma filha, Abigail (Biá era o seu apelido) que era da idade de minha mãe (Cida); também se formou em piano no Conservatório. Sofia, sua mãe, tinha habilidades culinárias e em trabalhos manuais. O crochê que ela fazia era uma verdadeira renda e com isso ela se manteve e educou a filha. Morava também no sobrado da Galvão Bueno. Na cozinha, ela criou um pastel delicioso cuja receita passou para minha mãe. Eu nunca soube a receita completa, mas mamãe se orgulhava da massa: não levava ovos e usava banha (gordura de porco).  Mais tarde, mamãe, mestre nos pastéis, os preparou a vida toda. Meus filhos adoravam o pastel da vó Cida com a maior variedade de recheios. Mas, voltando a Sofia, ela só saiu da casa da vovó quando a Abigail se casou.

Henrique teve uma vida aventurosa; sei, apenas, que ele passou uns tempos em Buenos Aires e voltou misturando o português com o castelhano. Como usava “Yo” (em vez de “eu”) ao conversar, ganhou o apelido de “Jô”. Também morou uns tempos com a minha avó.

Milton se casou e teve dois filhos: Zuleika e Reinaldo. Tio Milton, como era conhecido, se separou da esposa e os filhos acabaram sendo criados pela minha avó. Interessante: como vovó teve muitos filhos, os agregados sempre tinham um primo ou prima com a idade deles. Assim como Cida e Biá, Reinaldo era da mesma idade do Armando, caçula da vovó. Zuleika regulava com a tia Olga; ela era muito bonita e se casou com o Cunha, balconista de uma conceituada casa de tecidos de São Paulo. Ela saiu da casa da vovó no dia em que se casou. Esse Cunha, acho que para agradar a família, me deu um corte de um novo tecido, chamado albene. Tio Milton era expansivo, falante e muito amigo dos sobrinhos mais velhos, o Doutor e o tio Neno (apelido do Gentil). Ele tinha uma sapataria à rua  da Liberdade. Não sei por quê, foi ele que comprou o piano para a mamãe em 1932, segundo recibo que ainda temos.

Como já disse, vovó tinha duas irmãs. A Alice se casou com um vendedor de uma loja de pianos.  Ele era exímio afinador de pianos, profissão hoje quase em extinção. O casal teve muitos filhos, os quais conheci. A tia Izaura era muito respeitada por eles e os primos eram muito chegados.

A  Luiza, irmã caçula da Vó Izaura, se casou com um italiano muito rico: Ernesto Giuliano. Não sei como ela o conheceu, mas ele foi decisivo na vida dela. Ele era rico, de modo que a tia Luiza se tornou, para nós, a tia rica que muitas pessoas têm na vida.”


Como D. Izaura é a protagonista destas histórias, venho comentar que, além de agregadora e generosa, ela exercia sua firme liderança e tinha suas regras.

Um dos exemplos marcantes de sua atitude foi o caso com a Zuleika, sobrinha que ela abrigou e que, ao se casar, levou uma empregada excelente da casa. D. Izaura rompeu definitivamente suas relações com a moça e a considerava falecida.

Como avó, não era apenas atenciosa com os netos. Por exemplo: Leilah me conta que depois que seus pais e ela se mudaram para a Vila Pompeia, D. Izaura ia visitá-los às sextas-feiras. Nessas visitas Leilah, já menina crescidinha, era entrevistada pela avó, que perguntava sobre seu comportamento, seu progresso nos estudos, suas tarefas domésticas, mostrando seu interesse como educadora.

Por outro lado, por sua disposição e sua resistência física, D. Izaura ganhou dos filhos e genros (pessoas muito interessantes de quem falarei) um apelido: “Perpétua”. O fato de, hoje, guardarmos suas lembranças justifica o apelido.

Washington Luiz Bastos Conceição


Nota:

A Biá (Abigail) se casou com Antônio Martins Barros, residente no Rio de Janeiro, para onde ela se mudou. D. Sofia a acompanhou. Eu, ainda estudante, conheci o Barros numa visita que ele fez ao sobrado, mas só conheci sua família quando, quase vinte anos depois, em 1970, nos mudamos (Leilah, eu e os filhos) para o Rio. Encontramos Biá e Barros e ficamos muito amigos dos filhos deles e respectivos cônjuges, que, infelizmente, já nos deixaram. Hoje, mantemos uma bela amizade com um dos netos do casal, da geração de nossos filhos. Ele é, portanto, bisneto carioca de Eduardo, irmão de D. Izaura. Chama-se Luiz Eduardo.

terça-feira, 11 de março de 2025

D. Izaura e sua gente – A casa e os moradores

Cara leitora ou prezado leitor:

Esta é a segunda crônica da série, iniciada com “D. Izaura e sua gente – Introdução”.


A casa

Na crônica anterior, chamei a casa de palacete, talvez exagerando um pouco. Mais precisamente, era um grande e sólido sobrado do início do século vinte, construído no alinhamento da rua, com três níveis: subsolo, térreo e andar superior. Na fachada (dando para a rua), janelas típicas da época, três por andar. Para a iluminação e a ventilação do subsolo, eram pequenas janelas, com grade de ferro e folhas de madeira, pouco acima do piso da calçada. Nos outros andares, janelões com vidraças e folhas pesadas de madeira. No restante da casa, janelas semelhantes. O acesso à casa era ao lado do sobrado, mediante um pequeno portão para pedestres e um grande para automóveis. A porta da entrada da casa, propriamente dita, era lateral, com uns quatro degraus de escada. Os automóveis podiam ir ao fundo da casa, antes do quintal. Durante algum tempo, eram guardados nesse espaço, em linha, dois automóveis. Não havia garagem, certamente não prevista no projeto do sobrado.

Para uma ideia da fachada, um desenho esquemático, de memória. Na realidade, a fachada ostentava a decoração comum da época de sua construção.


O projeto da casa era avançado para sua época, destinando os cômodos do andar térreo para as atividades diurnas de uma família, inclusive reuniões sociais, e os dormitórios no andar superior, com um banheiro em cada piso. No subsolo, a área de serviços e de acomodação dos empregados.

No caso da família Corrêa, salas foram utilizadas como dormitórios sem prejuízo das atividades diurnas. Havia muito espaço, o pé direito era bem alto (uns 4 metros, no mínimo) e os quartos e salas, em sua maioria, eram bem grandes.

Fiz um esboço das plantas dos andares térreo e superior, também de memória:



Na crônica anterior, de introdução, mencionei quem morava na casa quando conheci a família:

“Quando comecei a frequentar a casa, lá moravam com os pais (Izaura e Juca): José Maurício (o doutor Zeca, pois ele era médico), ainda solteiro; Gentil, também solteiro, que compartilhava um quarto com o Doutor; Yolanda, o marido, Lauro, e o Sérgio, filho deles; Olga, o marido, Vianna, e o filho Antônio Augusto (o Tonico), que tinha cinco anos.”

Quanto à ocupação dos cômodos: no andar superior: quarto 1: Izaura e Juca; quarto 2: Olga, Vianna e Tonico; quarto 3: Yolanda e Lauro; quarto 4: Sérgio. Andar inferior: sala 1: quarto do Doutor e Gentil; sala 3: refeições durante a semana; sala 2: grandes refeições e salão de dança nas festas; copa: local onde tomávamos, Sérgio e eu, o chá das 5 da tarde, com D. Izaura, e era onde ela escutava as novelas pelo seu rádio.


O quintal da casa era extenso, com algumas árvores. Transcrevo a seguir os comentários da Leilah e do primo Antônio Augusto sobre o quintal.

De Leilah: “O quintal vai ser motivo de muitas lembranças pois era um pomar. Tinha árvores de ameixas amarelinhas, uma delícia; pitangas bem vermelhinhas; laranjas etc. Para mim e para o Sérgio era um mundo encantado...”

Do primo Antônio Augusto: “Na copa havia uma porta que dava para um terraço e dali, em poucos degraus, no quintal.  Este, muito grande, mas que acabava afunilado nos fundos em direção à avenida Liberdade. E, por falar em quintal, não era qualquer casa que tinha uma enorme paineira com mais de 20 metros de altura e que precisava de alguns homens para abraçá-la. Muita gente não conhece seu fruto que por fora parece um abacate ou cacau e por dentro tem uma espécie de algodão branquinho e bolinhas pretas de semente.”

Para ilustrar, foto do primo Sérgio e da Leilah, bem pequenos, em frente ao tronco da paineira.



Como se pode imaginar, com essa população e mais o casal Glória e Lúcio, que morava próximo e se juntava diariamente aos moradores, mais o caçula Armando, que trabalhava próximo e lá almoçava ou jantava com frequência, o movimento da casa era intenso e sua manutenção trabalhosa. O notável, para mim, era a convivência das pessoas. Não me recordo de alguma discussão entre elas. Minha lembrança é de um comportamento harmonioso, de um relacionamento amigável de pessoas de variados perfis. E poderia haver diferença de posições políticas como havia, por exemplo, de torcida por clube de futebol – um corinthiano, alguns palmeirenses e outros são-paulinos.

Tudo que fosse de uso comum era gerenciado por D. Izaura, com a ajuda valiosa da Glória na cozinha. Itens pessoais, como garrafas de vinho e de whisky, por exemplo, eram guardados nos quartos respectivos e usados e oferecidos quando achassem apropriado. Nos quartos espaçosos, com armários grandes, havia bastante lugar para tanto.

Na casa, não havia cachorro ou gato; animal de estimação, só um papagaio animado chamado Mulata, que falava alguma coisa e só dava trabalho quando conseguia sair do poleiro, o que acontecia raramente.


Vou falar das pessoas dessa família, com as quais convivi estreitamente durante os oito anos em que fui parceiro de estudos do Sérgio; e o resto da vida, depois que me tornei parente delas ao me casar com a Leilah. Porém, antes, na próxima crônica, minha esposa vai contar o que sabe de D. Izaura e sua gente em período anterior à minha entrada em cena. Os pais dela, quando se casaram,  também moraram na Galvão Bueno e permaneceram mais alguns anos depois que ela nasceu. Ou seja, Leilah também foi moradora da casa da Galvão Bueno.

Washington Luiz Bastos Conceição


Notas:

1) Tonico era o apelido de Antônio Augusto quando criança. Ao crescer e se tornar estudante de direito, passou a ser chamado pelo nome. Depois, bacharel em direito, advogado, juiz e desembargador, hoje aposentado, é o senhor Antônio Augusto Corrêa Vianna, meu caro primo e compadre. Ele foi o neto que mais convivência teve com D. Izaura, pois morou com a avó desde que ele nasceu até o falecimento dela. Sua colaboração nesta série de crônicas é fundamental pois, além de fotos e de histórias que tem na memória, possui dados e documentos dos avós e tios, valiosos para a consistência das crônicas. Além do Antônio, já estou me valendo da colaboração da Leilah, Ciumara (sua irmã), também netas de Izaura e Juca Corrêa, e de Lígia, bisneta.

2) Minha parceria de estudos com o Sérgio compreendeu o curso colegial, o cursinho para o exame vestibular e os cinco anos de Politécnica. Fomos parceiros também na ACM (Associação Cristã de Moços), no CPOR (Centro de Preparação dos Oficiais da Reserva) e no estágio de construção civil no SENAI (Serviço Nacional da Indústria), onde aprendemos a fazer argamassas de cal, cimento e areia, assentar tijolos, a dobrar ferro para concreto armado e a trabalhar em carpintaria, experiências básicas para o engenheiro civil daquele tempo.

3) Se você quiser ler ou reler a crônica anterior da série, clique em:

https://washingtonconceicao.blogspot.com/2025/02/d-izaura-e-sua-gente-introducao.html 

                                                        ***


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

D. Izaura e sua gente - Introdução

 Cara leitora ou prezado leitor:

Entre as mulheres mais marcantes que encontrei na vida, destaca-se D. Izaura de Carvalho Corrêa, a avó do meu amigo Sérgio Bastos, de sua prima Leilah (minha esposa), e de mais cinco netos.

Pessoa extraordinária, admirável, especialmente porque, embora não tenha tido grandes recursos e uma preparação formal, cumpriu, com seu marido, José Chrispiniano Corrêa (vovô Juca), a missão de sua vida: a criação de seus três filhos e cinco filhas, com notável sucesso. E pôde acompanhar, na extensão da família, o desenvolvimento dos netos e bisnetos.

Tenho histórias para contar de minha convivência com os Corrêa. Algumas pessoas da família perguntam por que não escrevo essas histórias. Começo a escrever hoje. Como senti que, para um bom trabalho, precisaria de informações de descendentes de Izaura e Juca, recorri ao apoio de Antônio Augusto, primo, de Leilah, de sua irmã Ciumara (netos de D. Izaura e Vovô Juca), e de Lígia, bisneta. Além das informações, eles têm fotografias e seus causos para contar.

Começo os trabalhos com esta crônica de apresentação.


Conheci meu amigo Sérgio Bastos quando, aos quinze anos, em São Paulo, passei do Ginásio Estadual do Ipiranga para o Colégio Estadual Presidente Roosevelt para fazer o curso colegial científico, que me prepararia para a universidade. Vindo de outro ginásio estadual, Sérgio se tornou meu parceiro de estudo. As aulas do colégio eram no período da manhã. Na época de provas, nós estudávamos, à tarde, na casa dele, que ficava a dez minutos, a pé, do Colégio. Minha casa ficava em um bairro afastado, distante do colégio uma hora, viajando de bonde. Naqueles dias, eu almoçava na casa dele, onde moravam várias pessoas da família: seus avós maternos, seus pais, tios e um primo. Era um tempo em que os adultos, mesmo trabalhando fora, almoçavam em casa. Fiquei conhecendo, então, sua família. A senhora da casa era a avó, Dona Izaura. Seu marido, o simpático vovô Juca, era aposentado, após muitos anos de trabalho de farmacêutico e sócio gerente de farmácia.

A casa era um palacete construído, talvez na década de 1920, onde havia residido o escritor paulista Paulo Setúbal. Era situada na Rua Galvão Bueno, na Liberdade, bairro que se tornou, a partir da década de 1950, uma área da cidade de grande concentração da colônia japonesa.

Quando a conheci, D. Izaura era uma senhora aparentando mais de 60 anos, magra, aproximadamente um metro e sessenta e cinco de altura, de pele morena e feições finas.

D. Izaura e "seu" Juca tiveram oito filhos, três homens e cinco mulheres: José Maurício, Yolanda, Glória, Gentil, Helena, Maria Apparecida, Olga e Armando (por ordem decrescente de idade).

Quando comecei a frequentar a casa, lá moravam com os pais: José Maurício (o doutor Zeca, pois ele era médico), ainda solteiro; Gentil, também solteiro, que compartilhava um quarto com o Doutor; Yolanda, o marido, Lauro, e o Sérgio, filho deles; Olga, o marido, Vianna, e o filho Antônio Augusto (o Tonico), que tinha cinco anos. O casal Glória e Annunziato (Lúcio) morava a uns duzentos metros da casa, mas ela passava lá o dia todo, todos os  dias, pois era a responsável pela cozinha; o que não era pouca coisa, porque todos almoçavam e jantavam na casa. Embora os outros trabalhassem fora de casa, o intervalo de duas horas para almoço permitia esse hábito. D. Yolanda dava aulas de manhã no Grupo Escolar vizinho ao Colégio Roosevelt.

Para ajudar na cozinha e fazer os outros serviços domésticos, eles tinham duas empregadas.

D. Izaura dirigia as operações da “empresa”. Eu nunca soube quem gerenciava as finanças do estabelecimento. Penso que alguns do grupo, que incluía um médico, dois  advogados e um gerente de banco, faziam esse trabalho.

Apparecida (Cida), o marido, Francisco (Chico), e as filhas Leilah e Ciumara, bem como Armando, a esposa, Terezinha, e os filhos Sandra e Ricardo moravam em outro bairro de São Paulo, a Vila Pompeia. Helena, o marido, Narciso, e a filha Marilena moravam em Barretos, cidade do interior do estado de São Paulo.   

Abaixo, gráficos da descendência do casal: filhos. cônjuges e netos.




D. Izaura era de outubro de 1883. Ela teve seu primeiro filho alguns dias antes de completar 19 anos e o caçula, dois meses antes de completar 37, quando ela já tinha sofrido a extração de um rim. Quando a conheci, tinha apenas 62 anos e meio e lhe sobrava energia.

"Seu" Juca era de dezembro de 1877. Já o encontrei totalmente aposentado, ou seja, não só tinha deixado suas atividades na farmácia como, aparentemente, não tinha obrigações domésticas. Imagino que, quando em atividade como “official de pharmacia” (como consta em um de seus documentos) e sócio do estabelecimento, dedicava-se integralmente ao trabalho, longas horas diariamente, de forma que D. Izaura se desdobrava no cuidado da casa e dos filhos. Quando ele se aposentou, ela continuou à testa da casa, de modo que ele apenas acompanhava o movimento, distraindo-se com o que lhe agradasse, calmo e lúcido. Tudo em harmonia.

No meu estudo com o Sérgio, no escritório do Doutor, habitualmente nos revezámos na leitura de cadernos e livros. Quando a matéria do Colégio era Química ou Ciências Naturais, "seu" Juca gostava de ouvir e fazia comentários sobre as substâncias de seu conhecimento.


O casal Izaura e Juca viveu, pois, a História, desde o século XIX, quando o Brasil ainda era um império, até boa parte do século XX, acompanhando os eventos políticos no Brasil, a gripe espanhola, revoluções, as grandes guerras mundiais, os avanços tecnológicos, adaptando-se aos novos usos e costumes.

Ao longo das crônicas, os descendentes e cônjuges serão apresentados, causos serão contados e surgirão os bisnetos. A lembrança forte da matriarca acompanhará a série.

Washington Luiz Bastos Conceição




sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

“Um casal de idosos e a longevidade” em versão impressa

 Cara leitora ou prezado leitor:

Venho anunciar a publicação da versão impressa de meu livro “Um casal de idosos e a longevidade”. A versão digital (e-book) já estava disponível.


Algum tempo atrás, um amigo me perguntou a qual fórmula recorri para chegar aos 90 anos em estado de saúde relativamente bom. Não tenho conhecimento de uma fórmula, propriamente dita, mas tenho histórias, experiências vividas por mim e Leilah, minha esposa, com informações que poderão ser proveitosas para o amigo e meus leitores. Decidi, então, reuni-las neste livro.

O fato de sobrevivermos está ligado à atitude do casal e da família nos momentos difíceis, como acidentes e cirurgias; momentos prazerosos, como as comemorações em família e viagens; atividades mentais, como administração financeira, leitura e escrita; e atividades físicas adequadas, como fisioterapia e trabalhos domésticos. Ao publicar este livro, destaco que a  soma das idades do casal que, em dezembro último, celebrou 65 anos de casamento, é 181 anos.

Capas

O livro inclui crônicas que publiquei no meu blog, a partir de 2012. Nelas conto, com detalhes, ocorrências na vida do casal Leilah e Washington e faço comentários sobre a situação dos idosos de uma forma geral.

Como já entramos idosos neste século, introduzi um resumo dos fatos relevantes da vida do casal nos anos 2000 a 2011, que precederam a publicação das crônicas.

É importante mencionar que uma seção do livro contém, inteiramente, o texto do meu livro, já publicado, “Um casal de idosos no tempo do vírus”. Sem esta inserção, ficariam faltando crônicas que são parte essencial da sequência total do que escrevi sobre a vida do casal de idosos e sua forma de levar adiante a longevidade.


Tenho a pretensão de considerar que o livro poderá ser de utilidade para pessoas de uma larga faixa de idade, não só porque a população idosa está crescendo, mas também porque os mais jovens estão mais atentos ao avançar da idade e, mais, poderão auxiliar os parentes mais velhos a enfrentar as dificuldades trazidas pela nova fase da vida.

Washington Luiz Bastos Conceição


Disponibilidade:

No Brasil, o livro, em versão impressa, por encomenda, está disponível na Loja Uiclap. O “link” é:

https://loja.uiclap.com/titulo/ua77783/ ;

e, nas versões e-book e impressa, na Amazon.com.br. O “link” é:

https://www.amazon.com.br/casal-idosos-longevidade-experi%C3%AAncia-enfrentar-ebook/dp/B0DPVTS726/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&crid=2YDUVKBNCT457&dib=eyJ2IjoiMSJ9.J6qIZV0XboqThQHdFlYyVzsOb01xtOyGuwQjNzSQtU_GLeTBznpG4ZzmjeVlg8fXk2w5a0yKbJoZs5apA2gsPw.i5rDaK0w8ZtT2pEs0Rh57JMxxyQb-mjP7VoRrMdnMNg&dib_tag=se&keywords=um+casal+de+idosos+e+a+longevidade&qid=1738253439&s=digital-text&sprefix=um+casal+de+idosos+e+a+longevidade%2Cdigital-text%2C562&sr=1-1

Fora do Brasil, estão disponíveis ambas as versões do livro em lojas Amazon de vários países e na Amazon.com. Nesta, o “link” é:

https://www.amazon.com/-/pt/dp/B0DPVTS726/ref=sr_1_1?crid=2Y8YEYXEPBU56&dib=eyJ2IjoiMSJ9.lnLQLQiAmDQ-82gDsp7yOP-O7nNit-TZa1q1hc83YWkpMU882AGol8yyYfoFrEXaJhvNWFMlpk2tyMpaooPywx2Qj3Ttdlf1Jx1Hn6yXt2A174uP5ppOCoUkHiOF1AjyE2gueu8lDcoQQ3kENG8gHCkG9g-uJRaguM-xutUoUAkXLVrKZzMZHYtnNFk-ip_s9UsmR4Y0JKT7SDtuyxPsMV_RI3oGdLe5ND9s5oRp0xA.rKtrtwOiQz5omcu_S6J6kBfLJa2p29I976l8ry2tWgI&dib_tag=se&keywords=um+casal+de+idosos+e+a+longevidade&qid=1738252910&sprefix=%2Caps%2C196&sr=8-1

Observação: No Brasil, os preços do livro impresso na Uiclap e na Amazon podem ser diferentes.

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domingo, 19 de janeiro de 2025

Onde estamos? Aonde vamos?

Cara leitora ou prezado leitor:

Tenho de lhe contar! Não sei se é coisa ligada à idade avançada. Saiba o que me aconteceu:

Resolvi escrever uma nova crônica sobre erros comuns de Português que venho observando na comunicação escrita e falada, principalmente da mídia,  e que vêm me incomodando há já algum tempo.

Preparei o rascunho e fiz a revisão, mas, antes de publicá-la, resolvi reler as crônicas que publicara anteriormente no blog, sobre o uso de nosso idioma. Surpresa: vários dos casos que mencionei na nova crônica eu já havia mencionado naquela que publiquei em 2023! Como se dizia antigamente, “caí do cavalo”; desisti da publicação da nova crônica.

Contudo, em minhas elucubrações noturnas, pensei: se eu nem Leilah, que colabora na revisão, não nos lembrávamos daquela crônica, quantos de meus leitores, dentre aqueles que a leram, se lembrariam dos casos comentados? Só para estes a nova crônica traria repetições, o que poderia até servir de recapitulação.

Considerando que a nova publicação poderá ser de interesse para você, desisti de desistir. Ei-la:

“Onde estamos? Aonde vamos?”

Cara leitora ou prezado leitor:

Volto hoje a um assunto que me preocupa e que, talvez, também preocupe meus leitores: o uso correto de nosso idioma. Ao longo destes treze anos de blog, já foi  tema de crônicas, mas sinto que tenho de recapitular alguns casos. Desta vez, para agilizar a leitura, criei uma conversa em uma reunião minha com amigos; fictícia, portanto, mas tão realista quanto possível.


Comecei:

Washington ― Amigos, obrigado por toparem fazer esta reunião comigo. Fico satisfeito por vocês se interessarem pela correção no uso do Português. Nossa conversa vai ser a base para a  próxima crônica que vou escrever e publicar no blog.

Proponho que comentemos erros de linguagem, escrita e falada, que temos observado na mídia e na comunicação direta com pessoas. Para não estendermos demais a conversa, não vamos tratar de erros de ortografia. Vamos fazer uma espécie de revisão, cada um de nós trazendo suas observações ou dúvidas. De acordo?

Os participantes passaram a se manifestar:

Participante1 ― Acho que falo por todos: estamos interessados e será um prazer participar da reunião.

W ― O título da crônica será: “Onde estamos? Aonde vamos?”

P2 ― Por que esse título?

W ― Porque o uso equivocado de “aonde” em vez de “onde”, até por profissionais do jornalismo falado e escrito, vem me incomodando já há algum tempo. E é uma forma de chamar a atenção do leitor em potencial.

Podemos começar com esse caso. Muita gente está sendo levada a cometer esse erro, dizendo “Aonde estamos?”, em vez de “Onde estamos”. O lugar “em que” alguém ou algo se encontra é indicado por “onde”. Aonde indica movimento (a+onde). Exemplo: “Aonde vamos?”. Suspeito que o uso indevido de “aonde” seja causado por uma intenção de dar ênfase.

P3 ― Eu não estava prestando muita atenção na diferença. Vou me cuidar...

P2 ― Eu observo que muitas pessoas, mesmo aquelas com formação universitária, falam – talvez escrevam - “assisti esse filme” em vez de “assisti a esse filme”.

P1 ― Também noto isso. Assistir, como verbo transitivo, significa “ajudar”, daí a função do “assistente” de um gerente, por exemplo.

W ― Essas observações levantam a questão da chamada regência dos verbos. Um erro comum é “preferir alguma coisa do que a outra”, que fica gritante quando um colunista qualificado comete. O correto é “preferir alguma coisa a outra”.

P2 ― A gente também chega “a algum lugar” e não “em algum lugar”; um rapaz namora “uma garota” e não “com uma garota”...

P3 ― E implicar, no sentido de “ter consequência”? É muito comum ouvir  ou ler “Casamento implica em maior responsabilidade” quando o correto é “Casamento implica maior responsabilidade”.

W ― Quanto ao verbo visar: no sentido de pretender, o correto é usar “visar ao sucesso do projeto” e não “visar o sucesso...”. Confesso que, em alguns casos, quando a ideia é buscar alguma coisa, não uso a preposição (faço analogia com o uso de uma luneta).

W ― Os verbos irregulares também pegam muita gente, acho que o campeão é o verbo haver, que também é um verbo auxiliar. No sentido de existir, o sujeito é indeterminado e é conjugado na terceira pessoa do singular. “Haverá aumentos de preços”. e não “Haverão aumentos de preços.”. “Os homens honrados haverão de lutar” está correto porque o verbo haver aqui é auxiliar.

P1 ― Lembrei-me do “Fazem cinco anos que estive lá.” É outro caso de sujeito indeterminado. O correto é “Faz três anos...”. A expressão equivalente é “Há três anos”, cuidando para não escrever “Há três anos atrás”, porque o atrás é desnecessário.

P2 ― Lembrei-me de minhas aulas de Português! É o chamado pleonasmo.

P3 ― É. E na hora de escrever, pode surgir a dúvida: “É ‘há’ ou ‘a’ três anos que fizemos aquele passeio?”;  é “há”; a preposição “a” indica futuro: “Daqui a três anos”.

P2 ― Não vamos falar da crase? Não é apenas uma questão de ortografia.

P1 ― Observo que é algo que muita gente com estudo superior ainda tem dúvida. Em primeiro lugar, crase não é o acento grave; este indica a crase, que é, simplesmente a junção (fusão?) da preposição “a” com o artigo “a” (ou o plural “as”) ou com o “a” inicial de “aquele”, “aquela” e “aquilo”. Exemplo nada modesto: “Irei à casa do Washington e darei brilho àquela reunião”.

P2 ― Quando alguém me pergunta se em determinada sentença há a crase ou não, dou a dica: substitua a palavra feminina por masculina - se você tiver de falar ou escrever “ao”, então há crase. No exemplo anterior, substituindo “casa” por “apartamento”: “Irei ‘ao’ apartamento...”. Sobre “aquele”, etc. não fui consultado.

P3 ― Há também a colocação dos pronomes oblíquos na sentença: antes do verbo, depois do verbo e no meio do verbo.

P1 ― Ah, Ah! São a próclise, ênclise e mesóclise... De vez em quando noto colocação equivocada em redação: “Quando levantei-me”, em vez de “Quando me levantei”, por exemplo.

W ―  Bem, acho que chegamos a tratar dos erros mais comuns, que chamam nossa atenção, o que era nosso objetivo na reunião. Livros de gramática mencionam muito mais casos, como aqueles destinados a preparar pessoas para concursos. Antes de encerrarmos, quero fazer mais dois comentários:

Há erros elementares que, comumente, cometemos ao falar, por hábito generalizado – é o nosso Português informal. Exemplos: a concordância pronominal: “Você vai levar teu casaco?”; o uso equivocado de pronomes do caso reto: “Ela encontrou ele no metrô”; o uso do “que” desnecessário: “O que que você viu lá?”. O uso de “ter” em vez de haver: “Tem arroz no freezer?”... Temos de evitá-los ao escrever.

E há, também, casos de modismo, nem sempre erros, mas que, disseminados, se tornam mal-empregados. Pode ser implicância minha, mas “desde sempre” é equivocado, porque “desde” indica um ponto inicial no tempo (“Desde onze horas estou esperando você.”) e “sempre” indica continuidade. E seu uso está generalizado – a expressão é original, tem seu charme. É semelhante a “a nível de” que foi intensamente utilizada há alguns anos. O uso errado de “aonde”, já comentado, também virou moda. “Empatia” tem sido usada como sinônimo de “simpatia”, mas não tem o mesmo significado. “Resistente” está sendo substituído, com muita frequência, por “resiliente”, o que não está errado, mas não deixa de ser modismo. Este caso me faz lembrar de minha mãe, quando, já nonagenária, passou a usar “diferenciado” em vez de “diferente”...

P3 ― Pela expressão dos amigos, parece que todos concordamos em ficar por aqui.

P2 – Eu estou curioso: será que os leitores vão comentar nossas observações?

P1 ― Acho que eles vão aumentar a lista de casos.

W ― Vamos aguardar. Muito obrigado a vocês pela participação.


Ao caro leitor ou prezada leitora: lembro a você que não sou professor de Português, sou apenas um cuidadoso usuário do idioma.

Washington Luiz Bastos Conceição


Nota:

Minhas crônicas sobre o tema, publicadas anteriormente, foram:

Da taquigrafia eletrônica e da escrita formal

https://washingtonconceicao.blogspot.com/2015/01/da-taquigrafia-eletronica-e-da-escrita.html 

O que é que há?

https://washingtonconceicao.blogspot.com/2016/12/o-que-que-ha.html

A importância de seu idioma

https://washingtonconceicao.blogspot.com/2023/08/a-importancia-de-seu-idioma.html

 


quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

No dealbar do novo ano

Nestes primeiros dias do ano da graça de 2025, depois de recebermos e enviarmos aos amigos mensagens de esperança de um tempo melhor,  voltamos a filosofar um pouco, a pensar no que pode nos reservar a vida; muitos talvez ainda façam aqueles planos pessoais de início de ano que dificilmente são realizados em sua plenitude.

Nesse estado de espírito, entro em considerações sobre este blog que, há treze anos, me põe em contato com meus caros e atenciosos leitores. Feliz iniciativa de meu amigo Carlos Gentil Vieira, escritor antes de mim, que o construiu e implantou, o blog me mantém na atividade contínua de escrever crônicas que, em vários casos, foram reunidas em livros.

Ao longo desses anos, em que temos tido, no país e no mundo, os mais variados acontecimentos sérios e tristes, alguns horríveis, não tem sido fácil manter meu princípio de não abordar assuntos polêmicos, especialmente ideológicos, uma vez que escrevo para amigos e sei que a diferença de opiniões tem levado a discussões estéreis que destroem amizades. É com grande satisfação que registro  sucesso nesse propósito. E foram mais de duzentas publicações.

No ano passado, os principais assuntos foram: a longevidade, relatando a experiência de vida do casal de idosos (Leilah, minha esposa, e eu); a utilidade de livros bilíngues para o exercício de leitura em diferentes idiomas; e o procedimento para a autopublicação de livros por escritor independente.

Para 2025, os principais assuntos que tenho anotados para abordar são: as experiências de vida, algumas reminiscências, a importância e cuidado com nosso idioma, o hábito da leitura, a minha história dos computadores eletrônicos e, de forma despretensiosa, a Inteligência Artificial.

Quanto a livros, além do trabalho com as versões bilíngues do “Um casal de idosos no tempo do vírus”, publiquei: o livro “Falando de Futebol”, nas versões digital (e-book) e impressa, no qual reuni o que escrevi sobre o esporte, como cronista, torcedor de copas do mundo e como praticante amador; nova edição da versão impressa do livro “Nós e a Califórnia” (Editora Uiclap) com ilustrações em preto e branco; e, no final do ano, “Um casal de idosos e a longevidade”, na versão e-book; o anúncio de sua versão impressa aguarda minha revisão do exemplar de prova que devo receber neste mês. Este último foi publicado com o objetivo de transmitir aos leitores nossa experiência de vida, ou seja, como temos enfrentado, Leilah e eu, os desafios do avançar da idade.

Capa do e-book


Em tempo:

Aos caros leitores e leitoras reproduzo a mensagem de final de ano que enviei aos amigos em dezembro último:

Caríssimos:

Que 2025 seja assim: céu azul, com poucas nuvens.

Desejando que todos tenhamos, em 2025, muitos momentos felizes e que os possíveis aborrecimentos sejam poucos e insignificantes, lhes enviamos nosso abraço de final do ano.

Washington e Leilah


Washington Luiz Bastos Conceição