Cara leitora ou prezado leitor:
Esta é a quarta crônica da série “D. Izaura e sua
gente”.
Passo a mencionar, contando algumas de suas
histórias, os personagens da família que conviveram com D. Izaura, constituindo
o que chamei de "sua gente". Com base nas lembranças que tenho deles, com o melhor esforço de memória e recorrendo aos meus caros colaboradores.
O vovô Juca
Sobre o marido de D. Izaura, que já conheci bem
idoso, escrevi na primeira crônica da série:
“Já o encontrei totalmente aposentado, ou seja,
não só tinha deixado suas atividades na farmácia como, aparentemente, não tinha
obrigações domésticas. Imagino que, quando em atividade como “official de
pharmacia” (como consta em um de seus documentos) e sócio do estabelecimento,
dedicava-se integralmente ao trabalho, longas horas diariamente, de forma que
D. Izaura se desdobrava no cuidado da casa e dos filhos. Quando ele se
aposentou, ela continuou à testa da casa, de modo que ele apenas acompanhava o movimento,
distraindo-se com o que lhe agradasse, calmo e lúcido. Tudo em harmonia.”
Lembro-me, ao escrever estas crônicas, daquele
senhor calmo, que passava o dia sentado, muitas vezes ao lado do rádio da sala,
tirava umas sonecas, falava pouco mas acompanhava as atividades da casa; e observo, admirado, que ele sustentou, com seu trabalho, a criação de oito filhos, proporcionando-lhes a
educação necessária para progredirem na vida. Certamente sua jornada na
farmácia era longa, saía cedo de casa e voltava à noite. Como provedor, nada
menos que um herói.
Antes de morar no sobrado, o casal morou em outra casa da Rua Galvão Bueno, menor, de sua propriedade. O documento do Vô Juca, de 1920, mostrado abaixo, registra, além dos dados de identidade e ocupação, o seu endereço àquela época, com numeração (aparentemente por lote) do lado ímpar da rua.
Quando o conheci, 28 anos depois, o Sr. José Chrispiniano Corrêa já era idoso. Minha lembrança de sua fisionomia é a da foto abaixo, aparentemente retocada por fotógrafo profissional.
No enterro, na despedida dolorosa, ouviram D.
Izaura dizer a ele: “Juca, por que você fez isso comigo?”. Essa estranha
manifestação me fez concluir que, com toda sua força, ela tinha no marido um
apoio fundamental.
Washington Luiz Bastos Conceição
Nota:
Cara leitora ou prezado leitor:
Para ler as três primeiras crônicas da série,
clique nos links abaixo:
!) D. Izaura e sua gente – Introdução
https://washingtonconceicao.blogspot.com/2025/02/d-izaura-e-sua-gente-introducao.html
2) D. Izaura e sua gente – A casa e os moradores
https://washingtonconceicao.blogspot.com/2025/03/d-izaura-e-sua-gente-casa-e-os-moradores.html
3) D. Izaura e sua gente – Leilah na Galvão Bueno
https://washingtonconceicao.blogspot.com/2025/04/d-izaura-e-sua-gente-leilah-na-galvao.html
Muito bom ler estas histórias, Tio, obrigada!
ResponderExcluirDa prima Thaïs: Que triste coincidência vocês estarem presentes quando o querido vovô Juca se foi.
ResponderExcluirÉ uma impressão muito forte, cena que guardo há 74 anos.
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