quarta-feira, 22 de março de 2023

O cinema em casa - o casal de idosos e a tecnologia

 Prezada leitora ou caro leitor:

Quando escrevi a crônica “Cinema em Casa”, que foi bastante lida e recebeu vários comentários, eu acrescentei uma observação em que dizia que pretendia escrever outra crônica, dessa vez  comentando como nós, um casal idoso, havíamos lidado com a tecnologia de reprodução de filmes.

É o que venho fazer agora.


Quando Leilah e eu, estimulados principalmente pelos filhos, decidimos aderir aos streamings de filmes, iniciando pela Netflix, verificamos que nossa televisão, embora ótima, “high definition”, de tamanho adequado à nossa saleta aconchegante, não era uma “smart TV”. Ela requeria a instalação de um aparelho chamado Apple TV. Compramos a pequena caixa preta e a instalamos. Conectada à televisão, ocupou a segunda (e última disponível) entrada HDMI desta (o primeiro é a entrada para a rede de canais).

A seguir, Leilah contratou os serviços da Netflix e começamos a assistir a filmes e séries. Quando quisemos ampliar o cardápio, contratamos também a Prime Video. Durante um bom tempo, especialmente no isolamento social da pandemia, aproveitamos bastante os streamings, assistindo a bons filmes e séries; destas, alguns destaques foram “Downton Abbey”, “Friends”, “Mad Men”, “Dix pour-cents” e “The Crown”.

Nesta fase, tivemos problemas operacionais, principalmente com o controle remoto do Apple TV, uma régua minúscula (3cmX12cm) com três botões e uma coroa circular em volta do botão principal.

O controle remoto do AppleTV

Trabalhar com ele, especialmente quando se pesquisa um filme pelo nome, é bem difícil para mim. Quando o comando do lado direito da coroa parou de funcionar, Leilah passou a usar o Ipad para chamar a Netflix, o que nem sempre dava certo. Compramos, então, um novo controle do Apple TV pela internet, o que não foi fácil. Bem recentemente, este segundo controle também apresentou defeito – desta vez, o problema era do lado esquerdo da coroa. Leilah foi à internet e descobriu um vídeo que nos ensinou como abrir o controle (usando um alfinete), fazer a limpeza dos contatos e fechar o dispositivo. Encarregado de fazer a operação, tive sucesso, contra toda minha expectativa. Festejamos. Porém, o pequeno aparelho continua sendo um grande desafio à minha habilidade manual.


Todavia, como contei na crônica “Cinema em Casa”, depois de algum tempo, ficou difícil achar um filme que realmente apreciássemos. Resolvemos, então. rever nossos DVDs, entre os quais uns de séries muito boas, mas, após algumas sessões, fomos surpreendidos por uma dificuldade séria: nosso aparelho de DVD, relativamente novo, que substituiu o anterior porque reproduz “blue ray”, só aceita DVDs da Região 4. Assim, não podíamos assistir a grande parte de nossos filmes. Após tentativas de consertar e adaptar, sem sucesso, aparelhos usados que nos deram, recebemos de um grande amigo (que é também nosso dentista) um aparelho, de presente, que resolveu o problema. Passamos a assistir, usando os dois aparelhos, a todos os nossos DVDs e mais aqueles emprestados ou presenteados pelos amigos.

Quanto às condições tecnológicas, restou a incômoda necessidade de mudar os cabos conectores dos três aparelhos (o Apple TV e os dois de DVD) que disputam a entrada HDMI-2 da televisão. Já compramos duas vezes cabos para compartilhamento dessa entrada, mas não funcionaram (pois é, tentamos... sem sucesso).

Já os controles remotos dos aparelhos de DVD e da televisão, são bastante amigáveis. Em um tamanho adequado e com vários botões para diferentes funções, não tenho problemas com seu manejo.


Controles da TV e dos aparelhos de DVD



Apesar das dificuldades de nosso relacionamento de idosos com a tecnologia, estamos sendo amplamente compensados pelos momentos altamente agradáveis dessas sessões na “happy hour”, recorrendo aos streamings e aos DVDs.

Nestas últimas semanas, assistimos na Netflix a filmes sugeridos por amigos e a vários clássicos em DVDs, com destaque para aqueles que estávamos buscando nos streamings e outros, selecionados por nossos amigos. Reencontramos atores a atrizes excepcionais com desempenho excelente, em ótimas histórias e com direção competente.

Assistir aos filmes é um entretenimento precioso para o casal de idosos.

Washington Luiz Bastos Conceição


Observação:

Destaques dos filmes clássicos a que assistimos recentemente em DVDs, alguns pela primeira vez e outros de que não tínhamos completa lembrança: Joan of Arc, Lawrence da Arábia, Macbeth, Noite dos Generais, O Dia do Chacal, Amar foi minha ruína, Nasce uma estrela, O homem que não vendeu sua alma, O Retrato de Jennie, O amanhã é eterno, O Príncipe e o Mendigo. Por quem os sinos dobram, A viúva alegre, Les Diaboliques, Le Salaire de La Peur, Le Corbeau, Os melhores anos de nossa vida, Maria Stuart, Os irmãos Karamazof, O incrível exército de Brancaleone.


quinta-feira, 9 de março de 2023

If your language is not Portuguese

According to records in my blog, I have readers from outside Brazil, in several countries, which gives me great satisfaction. However, I don't know if they are reading the texts in Portuguese or if they are using the automatic translation offered on the blog. This type of translation has been improving in recent years and expanding to a huge range of languages.
I communicate reasonably well in English and Spanish, but I don't write well enough to publish blog posts in those and other languages ​​​​without the help of translators or proofreaders. Therefore, I restrict myself to Portuguese. Automatic translation, it seems to me, will be enough for readers to understand the texts, despite the inevitable inaccuracies due to the particularities of each language.
In my blog, you may have automatic translation of the original texts into many languages through quite simple command actions. My evaluation of the English and Spanish versions is that they are not perfect, but they are quite understandable. Therefore I think this resource is very useful for people who would like to know my writings but do not understand Portuguese.
If you have comments, write them in your language and I will get the translation.
As I have tested it on my PC and my cellphone, the way to get the translation is:

    1. With the PC (Windows, Google Chrome):

    • On the blog screen click the English flag.
    • The text is translated into English and above the blog title it writes: Google Translate  Portuguese detected > English.

    2. With the cellphone (Android, Google Chrome):

    • On the blog screen, touch on the 3 dots at the top, on the right.
    • A menu opens; touch on “Translate”/“Translate”
    • The texts are translated into English.
    • If you wish to change the language you touch on the 3 dots at the bottom of the screen, on the right.
    • A new menu opens; touch on “Mais idiomas” or “More languages”
    • A big menu opens for you to select, for example, “Espanhol” (or “Spanish”).
    • After touching on the selected language, you will have the desired translation.
    • You may test the translation with one of my chronicles already published, which are offered on the cellphone when you open the blog. For example: “Longevidade – A fórmula”.
            Thank you for your attention.

          Washington Luiz Bastos Conceicao


quinta-feira, 2 de março de 2023

Cinema em Casa

O título acima era de um programa de televisão no início de sua atividade no Brasil, programa esse que consistia em apresentar um filme produzido originalmente para projeção nas salas de cinema.

De alguns anos para cá, especialmente depois da pandemia do Covid-19, há muito mais cinema em casa do que nas salas de espetáculo.

A evolução tecnológica nos deu os filmes em “vídeo tapes”, substituídos depois pelos DVDs. Por sua vez, o uso destes, hoje em dia, está sendo substituído pela transmissão na televisão das “streaming companies”, principalmente Netflix, Prime Video e Youtube  (que passarei a chamar aqui de “streamings”). Entretanto, ainda há vários canais de televisão que apresentam filmes, quase que exclusivamente, com grande variedade de reprises, mas com a desvantagem de as interrupções não serem comandadas pelo espectador mas estabelecidas para anúncios comerciais; e nem sempre oferecem legendas ou escolha do idioma falado.

De uma forma ou de outra, o cinema em casa é um entretenimento da maior abrangência.


“Estou assistindo a uma série muito boa!” é uma frase que ouço, frequentemente, nas conversas com meus filhos e cônjuges. Sim, eles estão comentando filmes a que assistem na televisão, usando uma das streamings.

Contudo, Leilah e eu deixamos de acompanhar os comentários porque, ultimamente, não temos frequentado a Netflix ou a Prime Video. Embora tenhamos, por bastante tempo, apreciado neles bons filmes e séries, como “Friends”, “Downton Abbey” e “The Crown”, por exemplo, aconteceu que, de um tempo para cá, filmes e séries passaram a não nos agradar, por várias razões: histórias que simplesmente não nos interessaram desde o início, a violência excessiva, o sexo explícito beirando a pornografia e a clara intenção de influenciar o espectador quanto às novas formas de relacionamento entre pessoas. Razões particularmente nossas, sem crítica a quem aprecie tais filmes.

Essa insatisfação nos fez procurar, nas streamings, filmes do nosso tempo de adultos jovens e alguns mais recentes. Tentamos, por exemplo, assistir a um daqueles de que mais gostamos na juventude, o “Por quem os sinos dobram”, baseado em livro de Ernest Hemingway, onde pudemos apreciar o extraordinário desempenho dos atores, com destaque para Ingrid Bergman e Gary Cooper, dirigidos por Sam Wood. Contudo, o filme está disponível mediante pagamento de uma taxa adicional. Como já pagamos o uso da rede, os canais Netflix e Prime Vídeo, termos de pagar também para assistir a cada filme que conseguirmos selecionar nos parece inaceitável.

Essa insatisfação com os filmes oferecidos nos fez dar prioridade aos nossos DVDs, que temos em uma quantidade razoável. São filmes isolados e séries, muitos deles adquiridos nos Estados Unidos. Assistimos novamente a vários deles, mas sentimos falta de outros, clássicos “do nosso tempo”.


A sorte, contudo, veio em nossa ajuda. Um amigo de há muitos anos, grande conhecedor de cinema e colecionador cioso, que tem uma DVDteca respeitável de filmes clássicos, está nos fazendo o favor muito especial de emprestar DVDs de filmes excelentes, principalmente das décadas de 1940 e 1950, incluindo  franceses. Assistindo também a nossos DVDs, estamos podendo apreciar ótimos filmes, com desempenho de excelentes atores, dirigidos por famosos e competentes diretores. Por exemplo:

Por quem os sinos dobram, Oliver Twist, Les Diaboliques, Clint Eastwood Collection

Há ainda DVDs à venda e já compramos alguns que nos interessaram. Não desistimos, contudo, da Netflix e da Prime Video; vamos manter as streamings como alternativa, pois esperamos ainda encontrar no cardápio delas alguns filmes que nos agradem.

É de grande importância, para este casal de idosos, manter nossa sessão diária de cinema em casa, muito gostosa, em nossa “happy hour”.

Washington Luiz Bastos Conceição


Observações:

  • Reconhecemos que há eventuais diferenças de nosso gosto com o dos jovens, mas não vemos problema. Como se cantava e dançava algum tempo atrás, “Cada qual no seu quadrado”.
  • Para usarmos as streamings e os DVDs tivemos algumas dificuldades com as tecnologias, o que pretendo comentar em outra crônica.