Entre um procedimento cirúrgico e outro aqui do casal de idosos, que comentarei brevemente, continuo me distraindo com a transmissão de jogos de futebol na televisão. Minha preferência, em função da oferta dos canais, continua sendo pelos jogos na Europa.
A novidade é que, embora eu continue a assistir
aos jogos dos marmanjos, estou apreciando mais o futebol feminino, mais
perecido com o futebol de algum tempo atrás, em que não se tratava de luta livre pela posse da bola ou, mesmo, pelo próprio alcance da mesma.
Nos jogos masculinos, não me conformo com a
tolerância dos árbitros, apoiados por novas instruções da FIFA, com os
empurrões, agarrões, puxões de camisa e reclamações infundadas e grosseiras dos
jogadores. Como é falado nos próprios anúncios que, hoje, ocupam todo o tempo
do intervalo entre as duas fases das partidas, “o futebol hoje é outro”... E,
mesmo com a benevolência dos árbitros, cartões amarelos e vermelhos são muito
utilizados. Realmente, não é o esporte em que a habilidade do jogador é sua
principal qualidade (embora tenha havido muito progresso nesse item) mas sim a
força e a resistência física.
Quando afirmo que as partidas das moças são mais
parecidas com o que eu entendo como futebol (e não rugby, por exemplo)
considero que elas progrediram muito em quesitos como matada e controle de
bola, finalizações a gol, cabeçadas e obediência a táticas. Lutam pela posse de
bola, fazem suas faltas, mas não se envolvem em luta livre. É um espetáculo
agradável.
O que é importante: estão ganhando popularidade,
as plateias na Europa estão crescendo significativamente. A partida final da
Copa Feminina da Inglaterra, disputada no Estádio de Wembley, em Londres, teve 77.390
espectadores. A equipe do Chelsea, de Londres, se tornou campeã da Copa.
Hoje, tornou-se também campeã da Premier League
feminina da temporada.
Assisti aos jogos.
O duplo sucesso das moças do Chelsea foi um
consolo para mim, pois a equipe masculina do mesmo clube, da qual sou torcedor
há anos, teve nesta temporada um triste desempenho.
No Brasil, apesar dos esforços dos organizadores,
observo que o futebol feminino ainda requer muito investimento. Nossa seleção nacional
se mantém competitiva porque inclui várias atletas que jogam em clubes do
exterior. Torcerei muito por nossa seleção na copa do mundo que vai se realizar
em julho. Sei que nossas jogadoras lutarão com muitas dificuldades na
competição, mas espero que elas se destaquem com desempenho heroico.
Continuarei a assistir a jogos de futebol feminino, apreciando sua evolução. Analisando este meu novo interesse, lembrei-me, no sossego de meus noventa anos, do samba que cantava o Miltinho, “Eu vou de mulher”, especialmente dos versos abaixo:
“Eu admiro uma parada
E um desfile militar
Forças armadas, coloridas
E os tambores a rufar
Mas se quiserem estragar meu feriado
É só me carregar pra ver soldado
Ai, ai, ai meu capitão
Bota mulher na parada
E me chama pra empurrar canhão”
Washington
Luiz Bastos Conceição
Nota:
Se interessar à
cara leitora ou ao prezado leitor, o link abaixo leva ao áudio do samba.
Muito bom!!! Meu feminino agradece 🤩
ResponderExcluir...a sensibilidade!
ResponderExcluirAdorei! Um dia seremos campeãs do futebol brasileiro.
ResponderExcluirO futebol feminino está crescendo sim e os incentivos financeiros, embora ainda tímidos se comparados aos do masculino, estão aparecendo. Vejo de vez em quando, confesso. Mais qdo os jogos são a nível mundial. Mas torço para daqui a pouco estar torcendo pelo meu time na versão feminina também 😊
ResponderExcluirExcelente reflexão, caro Washington. Tudo a ver!
ResponderExcluirMuito boa sua avaliação do futebol atual, masculino e feminino. Eu raramente assisto um tempo inteiro de ambos, mas curto mesmo os finalmentes ou seja, os últimos 15 ou 20 minutos, e a prorrogacao, quando acontece. Mas concordo com você que o feminino tem melhorado muito. Vou me programar para assistir a copa feminina em julho, e esperar seus comentários de expert!
ResponderExcluirMuito boa observação ! É importante destacar que na letra do samba também menciona o futebol feminino para apoiar o tema da música.
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