quinta-feira, 2 de março de 2023

Cinema em Casa

O título acima era de um programa de televisão no início de sua atividade no Brasil, programa esse que consistia em apresentar um filme produzido originalmente para projeção nas salas de cinema.

De alguns anos para cá, especialmente depois da pandemia do Covid-19, há muito mais cinema em casa do que nas salas de espetáculo.

A evolução tecnológica nos deu os filmes em “vídeo tapes”, substituídos depois pelos DVDs. Por sua vez, o uso destes, hoje em dia, está sendo substituído pela transmissão na televisão das “streaming companies”, principalmente Netflix, Prime Video e Youtube  (que passarei a chamar aqui de “streamings”). Entretanto, ainda há vários canais de televisão que apresentam filmes, quase que exclusivamente, com grande variedade de reprises, mas com a desvantagem de as interrupções não serem comandadas pelo espectador mas estabelecidas para anúncios comerciais; e nem sempre oferecem legendas ou escolha do idioma falado.

De uma forma ou de outra, o cinema em casa é um entretenimento da maior abrangência.


“Estou assistindo a uma série muito boa!” é uma frase que ouço, frequentemente, nas conversas com meus filhos e cônjuges. Sim, eles estão comentando filmes a que assistem na televisão, usando uma das streamings.

Contudo, Leilah e eu deixamos de acompanhar os comentários porque, ultimamente, não temos frequentado a Netflix ou a Prime Video. Embora tenhamos, por bastante tempo, apreciado neles bons filmes e séries, como “Friends”, “Downton Abbey” e “The Crown”, por exemplo, aconteceu que, de um tempo para cá, filmes e séries passaram a não nos agradar, por várias razões: histórias que simplesmente não nos interessaram desde o início, a violência excessiva, o sexo explícito beirando a pornografia e a clara intenção de influenciar o espectador quanto às novas formas de relacionamento entre pessoas. Razões particularmente nossas, sem crítica a quem aprecie tais filmes.

Essa insatisfação nos fez procurar, nas streamings, filmes do nosso tempo de adultos jovens e alguns mais recentes. Tentamos, por exemplo, assistir a um daqueles de que mais gostamos na juventude, o “Por quem os sinos dobram”, baseado em livro de Ernest Hemingway, onde pudemos apreciar o extraordinário desempenho dos atores, com destaque para Ingrid Bergman e Gary Cooper, dirigidos por Sam Wood. Contudo, o filme está disponível mediante pagamento de uma taxa adicional. Como já pagamos o uso da rede, os canais Netflix e Prime Vídeo, termos de pagar também para assistir a cada filme que conseguirmos selecionar nos parece inaceitável.

Essa insatisfação com os filmes oferecidos nos fez dar prioridade aos nossos DVDs, que temos em uma quantidade razoável. São filmes isolados e séries, muitos deles adquiridos nos Estados Unidos. Assistimos novamente a vários deles, mas sentimos falta de outros, clássicos “do nosso tempo”.


A sorte, contudo, veio em nossa ajuda. Um amigo de há muitos anos, grande conhecedor de cinema e colecionador cioso, que tem uma DVDteca respeitável de filmes clássicos, está nos fazendo o favor muito especial de emprestar DVDs de filmes excelentes, principalmente das décadas de 1940 e 1950, incluindo  franceses. Assistindo também a nossos DVDs, estamos podendo apreciar ótimos filmes, com desempenho de excelentes atores, dirigidos por famosos e competentes diretores. Por exemplo:

Por quem os sinos dobram, Oliver Twist, Les Diaboliques, Clint Eastwood Collection

Há ainda DVDs à venda e já compramos alguns que nos interessaram. Não desistimos, contudo, da Netflix e da Prime Video; vamos manter as streamings como alternativa, pois esperamos ainda encontrar no cardápio delas alguns filmes que nos agradem.

É de grande importância, para este casal de idosos, manter nossa sessão diária de cinema em casa, muito gostosa, em nossa “happy hour”.

Washington Luiz Bastos Conceição


Observações:

  • Reconhecemos que há eventuais diferenças de nosso gosto com o dos jovens, mas não vemos problema. Como se cantava e dançava algum tempo atrás, “Cada qual no seu quadrado”.
  • Para usarmos as streamings e os DVDs tivemos algumas dificuldades com as tecnologias, o que pretendo comentar em outra crônica.


6 comentários:

  1. Meu querido Washington,
    Eu só tenho 64 anos, mas minha primeira reação a uma enorme quantidade de coisas que me são exigidas ou que me fazem pagar um extra por elas é de que é inaceitável.
    Depois eu penso melhor e percebo que trabalhei em parte justamente para não ter que me importar com essas coisas, e que não devo me negar esses pequenos prazeres.
    Não esquenta a cabeça. Paga a taxa extra, enche o copo de "remédio", e assiste a Poe Quem os Sinos Dobram. Vai fazer muito bem a alma.
    Abração.

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  2. Amigo Washington! Viva o cinema!!! Completando o raciocínio do Eduardo Martins, use sempre o caminho mais curto e que demande menos energia e tempo para ter o que vcs querem assistir, disponível "diante dos seus olhos". Bom tema e ótimo texto, as usual. abração

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  3. Confesso que já não tenho muito interesse de ver filmes de qdo eu era jovem. Acho que o cinema evoluiu tanto que a forma com que hoje os filmes são feitos, me encanta. Concordo que esse excesso de nudez e sexo quase explícito, além da violência, também não me agradam, mas ainda existem muitos que não apelam para isso e contam histórias emocionantes.

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  4. De D. Isette:
    Boa noite, Washington. Mais uma vez, concordo com sua crônica. “Cinema em casa”… Também tenho me deliciado com alguns clássicos “ do meu tempo”. Alguns são inesquecíveis com músicas maravilhosas e paisagens lindas!!! A gente vai intercalando com os atuais quando são bons também. Meu abraço amigo para Leilah e você.

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  5. Do amigo Jim Kelly:
    Hi Washington,
    I just read your latest blog. I was unable to add a comment there, so I will do it here. I really agree with Eduardo. We have worked too many years, not to enjoy things we wish to see or do. I, of course, will not spend exorbitant amounts of money to watch things. A very cute rom com is: Leap Year. Set in Ireland, (Netflix I think). Since I have had dual citizenship with Ireland for many years, I'll watch anything Irish. Dublin is my home away from home.
    A good series on Netflix is: Jaguar. Set in Spain after WWII it looks at the Nazis and the stronghold they had there after the war. It probably wouldn't be your favorite, but I thoroughly enjoyed it.

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  6. Agradeço aos amigos leitores pela atenção e comentários.

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