Prezada leitora ou caro leitor:
Quando escrevi a
crônica “Cinema em Casa”, que foi bastante lida e recebeu vários comentários,
eu acrescentei uma observação em que dizia que pretendia escrever outra crônica,
dessa vez comentando como nós, um casal
idoso, havíamos lidado com a tecnologia de reprodução de filmes.
É o que venho fazer
agora.
Quando Leilah e eu,
estimulados principalmente pelos filhos, decidimos aderir aos streamings de
filmes, iniciando pela Netflix, verificamos que nossa televisão, embora ótima, “high
definition”, de tamanho adequado à nossa saleta aconchegante, não era uma
“smart TV”. Ela requeria a instalação de um aparelho chamado Apple TV.
Compramos a pequena caixa preta e a instalamos. Conectada à televisão, ocupou a
segunda (e última disponível) entrada HDMI desta (o primeiro é a entrada para a rede de
canais).
A seguir, Leilah contratou
os serviços da Netflix e começamos a assistir a filmes e séries. Quando
quisemos ampliar o cardápio, contratamos também a Prime Video. Durante um bom
tempo, especialmente no isolamento social da pandemia, aproveitamos bastante os
streamings, assistindo a bons filmes e séries; destas, alguns destaques foram
“Downton Abbey”, “Friends”, “Mad Men”, “Dix pour-cents” e “The Crown”.
Nesta fase, tivemos problemas
operacionais, principalmente com o controle remoto do Apple TV, uma régua
minúscula (3cmX12cm) com três botões e uma coroa circular em volta do botão
principal.
O controle remoto do AppleTV |
Trabalhar com ele,
especialmente quando se pesquisa um filme pelo nome, é bem difícil para mim. Quando
o comando do lado direito da coroa parou de funcionar, Leilah passou a usar o
Ipad para chamar a Netflix, o que nem sempre dava certo. Compramos, então, um
novo controle do Apple TV pela internet, o que não foi fácil. Bem recentemente,
este segundo controle também apresentou defeito – desta vez, o problema era do
lado esquerdo da coroa. Leilah foi à internet e descobriu um vídeo que nos
ensinou como abrir o controle (usando um alfinete), fazer a limpeza dos
contatos e fechar o dispositivo. Encarregado de fazer a operação, tive sucesso,
contra toda minha expectativa. Festejamos. Porém, o pequeno aparelho continua
sendo um grande desafio à minha habilidade manual.
Todavia, como contei
na crônica “Cinema em Casa”, depois de algum tempo, ficou difícil achar um
filme que realmente apreciássemos. Resolvemos, então. rever nossos DVDs, entre
os quais uns de séries muito boas, mas, após algumas sessões, fomos
surpreendidos por uma dificuldade séria: nosso aparelho de DVD, relativamente
novo, que substituiu o anterior porque reproduz “blue ray”, só aceita DVDs da
Região 4. Assim, não podíamos assistir a grande parte de nossos filmes. Após
tentativas de consertar e adaptar, sem sucesso, aparelhos usados que nos deram,
recebemos de um grande amigo (que é também nosso dentista) um aparelho, de
presente, que resolveu o problema. Passamos a assistir, usando os dois
aparelhos, a todos os nossos DVDs e mais aqueles emprestados ou presenteados
pelos amigos.
Quanto às condições
tecnológicas, restou a incômoda necessidade de mudar os cabos conectores dos
três aparelhos (o Apple TV e os dois de DVD) que disputam a entrada HDMI-2 da
televisão. Já compramos duas vezes cabos para compartilhamento dessa entrada,
mas não funcionaram (pois é, tentamos... sem sucesso).
Já os controles remotos
dos aparelhos de DVD e da televisão, são bastante amigáveis. Em um tamanho
adequado e com vários botões para diferentes funções, não tenho problemas com seu manejo.
Controles da TV e dos aparelhos de DVD |
Apesar das dificuldades de nosso relacionamento de idosos com a tecnologia, estamos sendo amplamente compensados pelos momentos altamente agradáveis dessas sessões na “happy hour”, recorrendo aos streamings e aos DVDs.
Assistir aos filmes é um entretenimento precioso para o casal de idosos.
Washington Luiz Bastos Conceição
Observação:
Destaques dos filmes
clássicos a que assistimos recentemente em DVDs, alguns pela primeira vez e
outros de que não tínhamos completa lembrança: Joan of Arc, Lawrence da Arábia,
Macbeth, Noite dos Generais, O Dia do Chacal, Amar foi minha ruína, Nasce uma
estrela, O homem que não vendeu sua alma, O Retrato de Jennie, O amanhã é
eterno, O Príncipe e o Mendigo. Por quem os sinos dobram, A viúva alegre, Les
Diaboliques, Le Salaire de La Peur, Le Corbeau, Os melhores anos de nossa vida, Maria
Stuart, Os irmãos Karamazof, O incrível exército de Brancaleone.
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Acho o máximo a capacidade de vocês ultrapassarem as barreiras que a tecnologia impõem a todos nós. Eu não sei se teria toda essa disposição... Parabéns!
ResponderExcluirViva o happy hour!
ResponderExcluirVocês são uma inspiração! Bjs
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