Já
contei aos leitores do blog que participo de um grupo de ex-colegas da IBM,
idosos ou quase, residentes no Rio, que se reúnem em almoço quinzenal. Durante
o almoço, conversamos muito sobre os mais variados temas. Todos os comensais
(ou “confrades”, como nos chamou outro colega que mora nos Estados Unidos) trazem
o conhecimento de tecnologia de Informática, por força de nosso trabalho na
Empresa. Atualmente, são usuários dos variados dispositivos eletrônicos hoje disponíveis.
Alguns
ainda se aprofundam nas novidades tecnológicas e as comentam na reunião,
munidos de seus potentes celulares. Outros, como eu, são usuários desses
aparelhos nas suas diferentes atividades e se atualizam com as informações e
demonstrações dos primeiros (no último almoço, em seu celular, um deles mostrou
as imagens “ao vivo” das câmeras de vigilância do edifício onde mora).
Sou
o segundo membro mais velho da “confraria” e aquele que deixou a IBM há mais
tempo (outubro de 1983). Nessa ocasião, as grandes organizações já usavam o
teleprocessamento, que se fazia mediante terminais conectados por linhas telefônicas aos grandes computadores centrais (os “mainframes”). As
aplicações eram as mais variadas, mediante sistemas próprios de cada empresa; de uso
geral, a entrada de dados e a correspondência interna. No departamento da IBM que
eu havia gerenciado de 1981 a 1983, trabalhavam analistas e tradutores de
software e manuais no projeto internacional de “national language”. Um deles
estava em designação no exterior e nos comunicávamos com ele pelos terminais “on
line”, mediante mensagens escritas (modalidade “chat”).
Em
1983, o “Personal Computer” da IBM, o PC, não estava disponível no Brasil. Para
uso pessoal, havia microcomputadores de oito bits, relativamente caros,
fabricados no País, de acordo com a política então vigente de reserva de mercado.
Comprei um CP-500 (versão nacional de um micro da Radio Shack) e estudei a
linguagem Basic e o sistema de planilhas Visicalc (bisavô do Excel).
Embora,
ao deixar a IBM, eu estivesse em situação financeira bastante confortável, meu
plano de vida era continuar trabalhando na área de vendas e marketing de
sistemas. Foi o que fiz, como consultor e empregado (dependendo da necessidade
do cliente), até 2009, quando dependurei os ternos e as gravatas.
Nessa
fase, usei minha experiência gerencial e de sistemas em geral, evoluindo na
utilização das aplicações dos clientes. Com o advento do PC e dos “laptops”, passei
a ser intenso usuário de planilhas, processadores de texto e aplicativos para
apresentações. Após passar pelo “Word Star” e o “Lotus 1,2,3”, cheguei ao
Excel, Word e Powerpoint, os quais usei muito em trabalhos para os clientes,
alguns bem complicados, e uso até hoje. Acompanhei a evolução de software nos
clientes para sistemas integrados em rede, sistemas de gerenciamento de mainframes e
uso da internet.
Ou
seja, tenho sido sempre usuário de computador e não me atrevo a tentar
entender os detalhes da tecnologia propriamente dita.
Volto
à conversa do grupo.
É natural,
portanto, que os assuntos ligados à internet entrem em pauta com frequência, não
só nos almoços como também na comunicação do grupo por whatsapp. As notícias
falsas (as “fake news”), por exemplo, são fartamente comentadas,
incluindo informações sobre sites que as denunciam. Um ponto importante, também
discutido, é a exposição de todos nós na internet, ou seja, o fato de poderem
ser obtidas informações detalhadas de cada pessoa com facilidade e rapidez
incríveis. A conclusão é que estamos vivendo realmente a era do “big brother”.
Essa
conversa recente me estimulou a mencionar aqui minha experiência com meu blog.
Como
comentei em notícia de janeiro, venho, periodicamente, levando as crônicas para
livros, com o objetivo de estabelecer o copyright e, especialmente com a versão
impressa, preservar a lembrança de meus escritos. Costumo publicar primeiro o
e-book e, para tanto, preciso “despublicar” as crônicas no blog. Desta
vez, deixei para tirá-las do blog depois do pedido de publicação e fui
surpreendido por uma informação da editora de que eu estava me declarando
proprietário de material que estava disponível de graça na “Web” e que, sendo
assim, para o livro ser publicado, eu devia abrir mão do copyright. Concluí que
fui pesquisado na rede e as crônicas foram identificadas. De imediato, “despubliquei”
no blog as crônicas do novo livro e voltei a pedir a publicação do e-book. Esta
foi, então, aprovada.
Na
verdade, eu não devia me surpreender com essa pesquisa, pois, conforme já
contei aos leitores, meu blog é acessado de vários países além do Brasil (alguns,
claramente, usam robôs), em volume desproporcional à sua real visitação, modesta em números.
Não há dúvida de que seu nome “Escritos do Washington” é o chamariz. É
importante lembrar que, ao implantar meu blog, meu amigo Carlos Gentil Vieira
tornou disponível a tradução automática do texto, a qual, mesmo deficiente,
serve para dar uma ideia do que trata cada crônica.
Essa
visitação, que já é feita há algum tempo, se intensificou no último ano. No
começo estranhei, agora acho até divertido e, pelas características do blog,
não me preocupo. Todos são bem-vindos.
Enfim,
são coisas da internet.
Washington Luiz Bastos Conceição
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